Depois do amor, o medo!


Quando minha primeira filha nasceu, após uma gestação difícil e um parto mais difícil ainda, muitos pensamentos passavam em minha cabeça. Eu era jovem, 20 anos. E tudo o que eu mais queria era  protegê-la, oferecer a melhor criação que eu  pudesse. E depois do imenso amor que não cabia em meu peito ao ver aquela criatura que mais parecia uma boneca com vida, o segundo sentimento que me encheu a alma foi medo, bem, medo é ser econômica com as palavras. Eu tive mesmo foi pavor.
Muitas coisas me desafiavam naquele momento, uma universidade não concluída, a necessidade de ajudar ao marido no início de um ousado empreendimento, além da insegurança dos planos do governos, escândalos e corrupções. Eu ainda não tinha sequer uma casa própria, ou algo seguro financeiramente para me apoiar. Meus pensamentos eram :


                                                    


_ Será que vou saber educá-la?
_ Será que vou conseguir uma boa escola?
_ Será que ela terá saúde suficiente?
_ Será que terei dinheiro para comprar o que ela necessita?
_ Será que conseguirei protegê-la dos males do mundo?
_ Será que o Brasil vai ter um plano de governo estável para eu poder ter a certeza de um futuro brilhante para ela?
_ Será que vai se apaixonar por um traste qualquer e fugir com ele?
_ Será que via usar drogas?
E o pior dos medos: Será que ela vai me amar?

Hoje, 32 anos depois, eu vejo que 99% dos meus medos, apesar de fundados no que eu via e ouvia do mundo, eram "ilegais". Porquê? Porque estes medos não tinham permissão para se tornarem realidade, pela vida que eu estava lutando para dar a ela, embora não conseguisse nem a metade do que gostaria. E nós conseguimos, pois apesar de todos os grandes desafios que enfrentamos, hoje minha filha mais velha é uma linda mulher, por dentro e por fora. Nunca lhe faltou o que fosse suficiente para se tornar uma mulher de bem, com valores sólidos, ética e dedicação a tudo o que faz. E  ela conseguiu a sua independência física, emocional e social.

Por isto, deixo minha "sugestão" da semana para você, jovem menina mãe que talvez esteja apavorada com a maternidade. Não permita que teus  medos sejam maiores que as tuas esperanças. Não os alimente. Seja firme e constante no que você acredita que será bom para teu filho e, se não souber o que fazer, seja humilde, busque ajuda! Daqui a alguns anos, você sentirá muito orgulho da mãe que terá se tornado. Acredite.

Um forte abraço.
Lucy Wency.


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