ESPECIAL OU SEM LIMITES?


O que está acontecendo com as crianças?







O acesso livre a informação e todo o conhecimento espalhado pelas redes sociais é algo que trouxe e ainda trará muitos benefícios a nós, sim?

Entretanto, quando uma rede de pesca quando é lançada, observe que nem sempre o que vem nela são apenas peixes. Às vezes vem muito lixo e coisas completamente inúteis. Mas sempre saberemos separar um "peixe" de uma garrafa pet cheia de lodo, não é verdade?

O problema é que está acontecendo algo semelhante com os diversos buscadores de informações na internet e ao invés de promover o bem estar, estão promovendo uma grande confusão principalmente nos cuidados da criança e do seu desenvolvimento saudável. Explico. Senta que lá vem a história...

Imagine a cena: Estou numa reunião infantil, umas 35 crianças. Diversas nacionalidades, americanas, cubanas, porto-riquenhas, venezuelanas e brasileiras. Todo mundo já sabe que vivo numa região da Flórida em que há gente de todas as partes do mundo e principalmente latinoamericanos, sim?

Em certo momento, uma criança resolve arrancar o brinquedo da outra, que chora muito. A mãe sorri e não diz nada. Alguns minutos depois, a mesma criança atira o boneco em outra criança que por pouco o acerta, pois a mãe da quase vítima viu antes e puxou o filho. Novamente a mãe da criança atiradora de bonecos sorri e disfarça. Ela desiste do boneco,  sobe na cadeira e depois na mesa. Pula. Todos olham. A terceira vez que ela pulou eu me levantei e perguntei a mãe se precisava de ajuda. Ela me respondeu "minha criança é autista e hiperativa". Sem graça, ela disse a criança: "_ amorzinho, pare com esta bagunça".  Além de não parar, a criança gritou feio com a mãe e xingou alguns palavrões bem cabeludos... o evento foi tumultuado pelo episódio. Eu insisti em tentar conversar um pouco mais com a mãe, ao menos saber quando a criança recebeu  o diagnóstico de hiperatividade e autismo e se estava tomando a medicação e cuidados adequados.  E para a minha surpresa, a resposta foi: " Diagnóstico? Bem, eu li no Google e vi que meu filho é hiperativo e tem autismo leve.
Pausa para respirar, não matar esta mãe e não morrer de infarto.
...
Voltei. Viva e com saúde.
A única conclusão que tenho, sem julgar esta mãe, é que ela não é a única.  Muitas mães estão completamente perdidas na educação dos seus filhos e não estão sabendo educá-los e estabelecer algo imprescindível para viver em sociedade:
_ Limites.
O que fazer numa situação assim? O que fazer quando por exemplo uma criança com este comportamento frequenta a sua casa ou aparece numa festinha? Afinal, criar os nossos filhos, para quem já passou por isto, não foi tarefa nada fácil e, avaliar o filhos dos outros e saber o que fazer é extremamente delicado. Mas tem solução sim e hoje vamos ver algumas dicas do que podemos fazer.

Dica número 01:

1- A responsabilidade de educar os filhos é dos pais. Ponto final. Não adianta jogar a culpa na escola, nos tios, nos avós. Sempre foi e será dos pais.

Dica número 02:

2_ Você NUNCA deve se intrometer na educação que terceiros dão aos seus filhos,  a não ser que te peçam alguma ajuda ou abertura para isto, ou então você seja aquela pessoa "sem papas na língua "e se intrometa ser ser convidada, mas esteja preparada para o possível confronto. Na maioria das situações o  que deverá fazer é oferecer ajuda em alguma situação embaraçosa, mas se observar forte resistência dos pais em receber ajuda, desista, mas fique alerta, se a situação realmente estiver fora do controle você poderá pedir licença e se retirar da casa em que o excesso de falta de limites  está acontecendo ou se estiver num local público deverá avisar ao responsável do local para tomar alguma providência. Em casos extremos de agressão de pais a filhos você já sabe: chame a polícia. Sem dó dos pais. Isto depois de ter tentando tudo acima e também ter conversado com os pais esperando que eles mesmos corrijam a criança com sucesso e que peçamdesculpas pelo desgaste ocorrrido.

Dica número 03: 

3- Tenha sempre um "código secreto"com os teus filhos, com as tuas crianças. Para as crianças bilíngues, que falam português e inglês ou espanhol e inglês isto é muito interessante, pois aqui  onde vivo, nos EUA, o idioma é inglês e, claro, as crianças falam inglês o tempo todo, desde a escola e com os amiguinhos. Entretanto, os pais que tem visão de longo alcance sabem que gastar tempo com os filhos ensinando sua língua materna será de grande valia em momentos de tensão como estes, pois eles podem falar com os pais em sua língua materna e ninguém ou a maioria não compreenderá o que estará sendo dito. Um exemplo que tenho comigo é do meu netinho, ele tem 5 anos. Filho de mãe americana e pai brasileiro. Certo dia estávamos em uma festinha infantil, alguém lhe deu uma comida que ele experimentou, detestou e ficou sem graça, segurando o pratinho na mão me disse em português "_ Vovó este negócio é ruim demais, parece teu café ( ele diz que meu café é horrível, porque não coloco açucar kkkk) então onde posso jogar no lixo? As outras crianças viram que ele falava comigo, mas ninguém entendeu nada do que disse nem do que se tratava. Discretamente jogamos o pratinho de comida no lixo e tudo ficou bem. Ele não "repetiu"na hora em que aquela comida estranha ao seu paladar foi servida novamente. Esta é uma das razões pelas quais a língua é uma ferramente muito poderosa sendo usada para a comunicação. Mas e em casos de que todos falem a mesma língua? Simples, ensine as tuas crianças a comunicarem-se através de gestos, ou apenas uma palavra a dizerem o que está contecendo. Uma ótima dica de código secreto é dizer entre si:  A coisa tá brava...vamos correr daqui.

Dica número 04:

4- Ensine teus filhos a se defenderem com sabedoria e equilíbrio. Se for zombaria, chateação, apelidos, ensine-os a sorrirem e realmente não darem a mínima para isto. Se for pior, agressão física, tome atitude imediatamente. Cuide de seu filho e use a dica do "código secreto". Se retire do local desagradável.

ONDE ENTRA O AUTISMO E  A HIPERATIVIDADE?

Aqui nesta situação que contei? Em parte alguma. Pois a mãe diagnosticou por  ela mesma. O que é algo de grande perigo e prejuízo para  a criança. Claro que nós poderemos - e devemos _ buscar informações sobre o comportamento das crianças. Devemos seguir bons psicólogos, blogs, dicas de saúde etc. Mas diagnosticar um filho com o que leu no Google é completamente insano!  Somente um profissional qualificado poderá diagnosticar o que a criança realmente tem por meio de ferrramentas apropriadas de investigação e dezenas de testes feitos em locais adequados e debaixo de orientação técnica e específica. 

Concluindo, acredito que devemos pedir "desculpas" as crianças especiais de verdade. Pedir desculpas aos autistas, aos portadores de algum quadro do Espectro do Autismo. Também as que tem Asperger e tantas outras síndromes no universo de crianças especiais, e até mesmo aos verdadeiros hiperativos. Afinal, má criação não é patologia sem remédio. O problema é que está se tornando um tipo de enfermidade epidêmica, por todos os lados vemos casos assim. Uma doença na qual o remédio quem deverá tomar não são as crianças, mas sim os pais: responsabilidade em criar seus filhos para o convívio social saudável.

Uma ótima semana para todos nós!

Um forte abraço,

Lucy.



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